dezembro 17, 2013

como se conta a falta

só 904 mb de você.
e uma vida de saudade.

dezembro 15, 2013

emudeceria?

imagina se te encontra com foucault, se não chupas inteiro, se não te abaixa, você que não abaixa-se para nada, que manda os outros e faz pouco caso, se não te abaixa e oferece teu ninho profundo, o único teu verdadeiro segredo: que é mais que ia oferecer ao homem? palala-lalavra, nheco-nheco, emudecido ia ficar, diante, e só ia restar gemer, dá-dá! se não ia por volta da sua cabeça profusa caótica de pensamentos vãos loucos cheios das genialidades por fim algum silêncio que valha: come, me come, me.
ou se encontra com foucault e nem o cu tem a coragem de dar, e revira os olhos e como cão abandonado segue, que, ou se, balbucia dois ou três palavras, uns gemidos de nada, quer lhes falar das coisas grandes que também viu no mundo: quer lhe confessar sua solidão sórdida, enigmática, escura, escusa, aquela, que te faz morrer, que te matará. a única sóbria maior solidão do mundo, você, que não tem iguais: ai, de você, que é único, e o cu, não tem, não usa, oferece-te a sua, dor profunda, humanidade do mundo. que a rilke diria? que a rilke entenderia? que a rilke chuparia? que se veria desbotoaria - você logo tão você que não tira nem a roupa da mulher que come, espera que ela escorregue, se faça nua - os botões pardos da calça dele, e a mão antes mesmo de tirar-lhe a cueca o pinto puxaria, que chuparia o pinto solitário, ereto, cheio de Deus, escorregadio doce de poesia? ah, um gemido de poesia, que a rilke olharia? jamais chuparia? fez dos deuses seu claustro, sua fobia, esqueceu-se de resto e tudo, nem mesmo o céu, nem mesmo a bunda empinada pro céu, nem mesmo o falo de deus, nem mesmo sua nega. que ela que dança e te dá, que ela que dança e te dá, e que recita, sua poesia, favorita, melada, melada, teu pau, nela come, porque come, ou porque co-me? tua nega que é a porta-estandarte, o tempo da finíssima filosofia, não sabotai, apenas obriga! que aos poetas, retribuiu silêncio conformado, elegante e arregaçado à champagne, que às poetisas, retribuiu melaços, torrentes, versões simplificadas das bíblias. e que as comeu pensando neles, mas que se eles brotassem vivos, o cu arderia, doido de desejo, e se emudeceria.