outubro 24, 2013

primavera

acende o cigarro na boca do fogão, maninha. faz três dias que eu não vejo o isqueiro ou alguém passou aqui e levou, com certeza. senta um pouco, que vida longa. quando acordo meio-dia o dia todo é só uma pré pra noite absurda. mas as noites tem sido um pouco tediosas. luar moroso, nenhum astro-vênus a guiar o meu caminho. a luz do poste amarelada, mofando, esquecida. a mesa de plástico amarela, na calçada, invasiva. gastar o salário em pão amanhecido, maninha, amarelinha pra condecorar a vida. e tudo escorrega devagar, tua mão. a conversa roda angulada. tenho pouco a dizer, invento qualquer. resta roubar esse copo do bar.