fevereiro 15, 2010

terça-feira de carnaval

deixei o homem em casa, batom vermelho na boca, pena azul na orelha;
a rua de paralepípedo, este vai-e-vem, vem aqui meu bem, nesta louca dança;
amélia, carol e lina, e a minha alegria.

a rua me seduz, toda gente é bicho, atrás de luz, mariposa, atrás de flor, abelha;
e o samba soluça seu choramingar, os corações juntos a batucar, corpo que nunca se cansa;
laura, luisa e josé, pisaram no meu pé.

o meu homem se enfadonha, dorme, ronca, não mais me olha, quem me molha é amé-lha;
olhou-me nos olhos, comeu meu medo, deu de carinhar, meu corpo nessa dança balança;
amélia, amélia, amor, sinto tanto calor.

noite, linda noite se consome, o sol que nasce minha alegria come, adeus amélia;
alma solitária, vazia, quase chora, maquiagem colorida se borra, toda euforia se amansa;
amansa amélia e tchau, até o próximo carnaval.