março 15, 2009

esquina.

escondam em esquinas,
soltas, estas vísceras
abarrotam as calçadas,
se esparramam em nada.

dobram as esquinas,
andam sem destino,
param em desatino,
esboçam uma alma.

que há de querer
se é solitário ser?
que há de fazer
se não quer crer?

e que tanto se desfaz
quer a tudo sentir
quer de tudo a saudade
de um corpo em paz.

e há de ter memória
e revirar-se no escuro
perdida em labirintos
improvisa gritos mudos.

aqui se reduzirá
pois sempre olhará
a imagem que reflete
seu olhar que te impede.

acalma essa ventania
encha-se de fantasia
preenche alma pouca
querer aqui, uma esquina.