escondam em esquinas,
soltas, estas vísceras
abarrotam as calçadas,
se esparramam em nada.
dobram as esquinas,
andam sem destino,
param em desatino,
esboçam uma alma.
que há de querer
se é solitário ser?
que há de fazer
se não quer crer?
e que tanto se desfaz
quer a tudo sentir
quer de tudo a saudade
de um corpo em paz.
e há de ter memória
e revirar-se no escuro
perdida em labirintos
improvisa gritos mudos.
aqui se reduzirá
pois sempre olhará
a imagem que reflete
seu olhar que te impede.
acalma essa ventania
encha-se de fantasia
preenche alma pouca
querer aqui, uma esquina.