agosto 15, 2012

triste

nessa ladainha essa roda viva, triste condição do ser.
triste condição de ter de ser.
triste triste de te ver ao longe, horizonte perdido, assim, assim. 
fazer beicinho e falar amor.
e nessa giraia a gente roda vira vira vira vira home. 
e nessa giraia a gente cai se despedaça se esfarela.
triste olhar do ser que olha.
e toda essa mesquinhez que se engrena.
passa graxa passa lama lubrifica lubrifica que é pra doer menos.
dói dói passar os dias, passo os dias sem você.
lubrifica meu bem querer lubridia
petisca dessa nossa violência insensata
cega e burra, violência inventada
pra fazer valer o pouco - ah! que tédio.
e se comem e se fodem e se troçam roçam capotam
vive-se!
não vive-se. vai sendo triste vai sendo torto.
dói minha lombriga, minha lacuna, labirintite
dor de giro de gira-gira amor: muito pouco.
faz-me pouca, bem pouca, faz-me tosca.
vive-se sem lapidar bruta feito terra erodida
e essa triste condição de ser: erosão, erosão, erosão, erosão, erosão
pra se acabar em vão.