triste condição de ter de ser.
triste triste de te ver ao longe, horizonte perdido, assim, assim.
fazer beicinho e falar amor.
e nessa giraia a gente roda vira vira vira vira home.
e nessa giraia a gente cai se despedaça se esfarela.
triste olhar do ser que olha.
e toda essa mesquinhez que se engrena.
passa graxa passa lama lubrifica lubrifica que é pra doer menos.
dói dói passar os dias, passo os dias sem você.
lubrifica meu bem querer lubridia
petisca dessa nossa violência insensata
cega e burra, violência inventada
pra fazer valer o pouco - ah! que tédio.
e se comem e se fodem e se troçam roçam capotam
vive-se!
não vive-se. vai sendo triste vai sendo torto.
dói minha lombriga, minha lacuna, labirintite
dor de giro de gira-gira amor: muito pouco.
faz-me pouca, bem pouca, faz-me tosca.
vive-se sem lapidar bruta feito terra erodida
e essa triste condição de ser: erosão, erosão, erosão, erosão, erosão
pra se acabar em vão.