março 04, 2013

poesia gusparada

quando você passa, me deixa sem graça.
muge pra mim esse poema de rata, Morena. rara? roedora. passa, passa.
minha vira-lata, vira-latinha.
você fica vermelha, vermelhinha, quando te faço poesia barata:
que pena.

você quer poesia lambida, radioativa, rosa dos mares, você quer cancro no coração, treme-treme terremoto. ai, que eloquência. silencia e ouve: grilos cantam ou são cigarras? árvores conversam e você põe o ouvido besta no tronco. elas não lambem poesia gasta.

raízes inconformistas é que entoam o ranço dos ancestrais: faz-se um chic róic que não se sabe. ou é só chic róic de tesão, fazendo amor todo o dia, para na noite restar aos seus ouvidos (bestas) o ressoar do sono roto. chic róic chic róic como fazem as engrenagens do trem: vai e vem vai e vem, nunca pára nunca pára.

quando você acasala, Morena, na televisão, que piscada!