novembro 19, 2009

cá pra nós, bolo pra você

olha aqui, vamos falar sério: essa coisa de eu nunca escrever nada pra você, essa coisa é mentira. vou te dizer uma coisa, mas só pra você, se eu me dirijo a alguém, neste espaço que é meu blog, olha bem, nunca é a uma pessoa só. e teve fragmentos de você em diversos intantes, como não? você sempre fez parte da minha vida, sempre me roubou alguns pensamentos, sempre me descompassou também. mas minhas coisas escritas se confundem, até para mim, coração a coração, até chegar na ficção, tudo se mescla, e a minha mensagem é uma para todos. e aí, que a mensagem nunca chega, bem sei, esse método atravessado, atropelado, meus métodos nunca funcionam (diferente dos seus). mas é que tudo isso reflete a pessoa confusa que me tornei, que até meus pensamentos voam e voltam, e nem minha alma sabe direito o que é que eu quero dizer. estou tentando ser direta, objetiva e prática. uma mensagem para uma pessoa. não como uma moral de contos de fadas, porque não somos nós nem fadas nem bruxas. nem venha rir e dizer que eu sou a bruxa, ok? tá, só um pouco, mas eu me afeiçôo as bruxas, sabe que ás vezes elas são más sem saber, sabe? você não tem jeito de princesa, ainda bem, brindemos a esse nosso jeito escrachado, como vocês dizem, de pirata, longe da gente, ser gente de verdade. perto de ser gente inventada, um personagem de tim burton, um toque irônico de allen, uma cor de almódovar, e certa violência tarantinesca. que coisa linda que é toda essa mescla - que coisa linda que é você! que dó que é meu deus, que dó que é, ver uma das pessoas mais fascinantes do mundo sofrer. mas que dó o quê, vira essa boca rota para lá, que tudo que você é menos merecedora é de dó. nunca vi pessoa tão verde-limão, pessoa tão decidida, tão comprometida com o próprio sorrir. tudo de suas cores, tudo de seus sons, tudo numa coisa só, girando num louco caleidoscópio que a gente finge que entende. a loucura que é sua, é sua, essa paixão desenfreada, esse querer ver o belo do mundo, esse verde-amarelo, tudo isso em um só. que você continue sendo - assim -, mas não porque eu pedi, mas porque eu sei que continuará, pois ser você te dá (e me dá) uma alegria enorme. toda esse excesso de amor - que inveja que dá - esse vermelho que colore sua dor, a poesia que tinge sua alma. você é arte, é prosa, é roda. vai girando, e atropelando tudo, girando e amordaçando tudo. impossível resistir a você. fui desejo seu, mas também te desejei. e também te repeli, e também não mais te quis, e não pude com você ser feliz. mas isso não é lá problema seu, isso é coisa minha, ou é coisa de Deus? não vamos enfiar divinidade nessa história, vamos inventar a racionalidade nos assuntos do amor. mas como, hein? como explicar tudo isso? eu já nem sei como é que eu me explico a mim mesma.
olha, minha alma, ve se me entende, olha... eu não sei! me enrolo, e não tenho um décimo de toda sua decisão. um décimo da sua resposta pronta, do seu engajamento amoroso, do seu verde-limão que nunca desbota. mentira, se eu fosse uma cor, seria marrom. alguma cor pastosa, no meio, na indecisão, na espera, no instante ante de acontecer. você é o acontecimento pronto, inteiro, sem jeito, que explode, que danifica, e que faz com que a gente ame mais. é bomba atômica, cogumelo falante, solta fuligem e sorri louca. fiz assim, não vale querer uma pessoa como eu, não vale querer a espera - sendo você o ato. mas não sou eu que estou dizendo, veja só, como tudo se confronta e tudo se ajeita: você já foi o ato, antes do meu. você já se decidiu, antes que eu me pronunciasse. eu fiquei na espera, e ainda tô, juntando essas palavras para algum fim que você já alcançou. se minha vó soubesse diria, minha neta, você com a farinha, e ela com o bolo. um dia te faço um bolo, hein? a gente faz um bolo, eu faço um café e a gente conversa sobre a vida. você vai querer conversar comigo, vai? nada vai ser igual, tudo vai mudar, eu sei, nada vai ser como eu quero, e tudo vai parecer estranho, eu sei, mas o estranho é a praia que a gente melhor entende, não? é lá que a gente se conheceu, brincou no mar revolto, e fez piadinhas da nossa própria estranheza. admiro tanto como você é louca e estranha. assim, mesmo, sem eufemismo, porque eufemismo é coisa de gente normal, e você merece as palavras mais loucas do mundo, quer ver? escalafobética. se bem que o significado dessa mais me encaixa comigo, vê ai. mas o sentido muitas vezes não é a aparência, né? você sabe, vou te fazer um bolo de felicidade. que é pra você ser feliz, sabe, mas você já é, mas ser mais, ser sempre, sabe? eu vou te fazer, algum dia, se você aceitar.