agosto 13, 2013

e até

olá querido, tudo bem? uma puta saudades de você andei sentindo, meio assim, e pensei - por que não? lhe escrever umas boas doses de palavras. sei que não fomos íntimos não sei nem se chegamos a ser amigos lembro-me de uma empatia estranha, querido, chegávamos a comentar, certa vez, talvez, que viemos do mesmo planeta: nesse universo enorme eu e você do mesmo planetinha. que besteira. essa mania de se achar alienigina, estrangeiro, fora de tudo, fora do mundo. você usava calças cáquis, é certo, é certo que quase ninguém as usava, não sei se fora o suficiente para ter vindo de outro planeta: cáqui e mosquitos de bunda laranja, boas doses de suco cítrico venenoso, ein? é certo também que você, querido, vinha de um lugar com nome e sobrenome, e tinha família, ascendência de não sei aonde. já eu vim dar umas voltas por pasárgada. que bobagem. vim dar umas voltas por lugares que não é bom citar: a definição é caga-regra por natureza. mas tudo anda a tudo bem. não há aqui mosquitos coloridos, muito menos vaginas coloridas. tudo anda a tudo bem. as vaginas são as mesmas, com as suas devidas diferenças. é curioso notar que uma vagina não é classista. não sei como devem ser com os pintos, talvez o mesmo. mas os pintos se erguem e saem, exteriores igual alieniginas, tem manias de se achar extra, de se achar out. um bando de bobagens, essa minha cartinha irônica, mas cheia de amores, espero que você entenda, relembre o tom de voz que uso - não quero ser a essa altura da vida, de jeito maneira, mal interpretada, se é que me entende, os conflitos me desgastam. se é que me entende, estou usando muito o recurso de ser entendida, com poucos palavras, quero deixar tudo às claras. espero resposta muito em breve, com algumas coisas metafísicas aqui e acolá, mas principalmente, me conte alguma coisa concreta, sua mãe, sua namorada, seu chefe. anda difícil pisar em ar. muitos beijos e até.