agosto 23, 2013

poeminha paulistano

prometia a tarde noite tenebrosa
chuvas tristes e pontes alagadiças
as pessoas murmuravam subúrbios
e murchavam morosas de antemão
a densa fumaça de nicotina totalitária
alertava o caos escuro da tempestade
os pássaros ressabiados se escondiam
e seu canto púbere não se entoava
cães ganiam gemidos e preocupados 
escolhiam túneis, viadutos, telhados

em vão.

a tarde se finou, enfim,
em esplendor
presenteou às criaturas vivas 
o halo da brisa.
o céu azulado e as folhas das árvores
enfim calmas.
quieta e tranquila a tarde
caiu em beleza.
e a tempestade que assombrava
se dissipou.