janeiro 01, 2011

outra poesia

aviso: leiam a de baixo também
aviso 2: é isso mesmo

sô cagada
sô alienada
sô e só e so

so assim, sem acento
sem alento, so sim

sem acento como assim
sem graça sem gosto

eu não sei me doar a ninguém
nem à causa nem à pausa

ninguém é facista
ninguém é comunista
todo mundo se finge de pacifista
que tédio de mundo de morro
que morro de tédio no mundo
que morro de mundo de tédio

caralho! isso lá é poesia
se for pra falar de amor:
nunca amei!
se for pra falar de sexo:
nunca dei!

e se for pra falar do céu eu sei lá
céu todo mundo vê
vou falar do céu pro cego ver
só assim pode
(e também não pode
há quem diga que não exista poesia
onde persiste a utilidade)

sô cansada de tentar ser útil
dessa sociedade errada e eu aqui
sem saber onde ir eu aqui
profetizando o fim do mundo enquanto
fumo meu cigarro e toco uma punheta

mas não!
eu sou menina
tenho pavor à tabaco
e não fica bonita, na poesia
a palavra siririca.